Pesquisar este blog

domingo, 31 de outubro de 2010

É, Serra...




É aquela conversa, apelão tem que perder mesmo. De nada adiantou seu apoio da mídia conservadora, seus ataques baixos, seu Índio franco atirador míope, burro e arrogante.

De nada adiantou seu aumento do salário prometido para um só ano, ou a tentativa de ganhar o voto dos previdenciários. De nada adiantou você ser professor de sei lá o que, pois suas aulas foram do pior que se pode esperar de um presidente. De nada adiantou o flerte com o verde, você elogiar o lula, você crucificar o lula. Mas adiantou o Mick Jagger torcer por você.

É, Serra, melhor você pendurar as chuteiras de aço, e as ferraduras também, e daí passar a bola para outro melhor qualificado. Você perdeu e, com sorte, não o verei mais tentar o cargo de presidente e por muito tempo outro qualquer. Vá ensinar a dividir errado.

Deu Brasil desta vez. Ah, e feliz dia das bruxas, candidato derrotado José Serra. Pena que nem você vai comemorar seu dia.

DEU 13!!!!!!!


Não posso nem dizer o alívio que me tomou a alma há poucos minutos quando a vitória de Dilma foi dada como certa. Impossível descrever.

Termina a campanha após ataques e baixarias, após semanas longas e difíceis para a nossa democracia. Sim, a democracia foi ameaçada pela ultra-direita serrista, que amarga sua segunda derrota e contra alguém que não é Lula, mesmo que apoiada por ele.

Termina também aquele sorriso falso marketeado de Serra, suas propostas calculadamente populistas, sua pose elitista, sua forma esnobe de tratar o nordeste.

Deu 13 até mesmo em lugares onde eles jamais imaginariam perder. Deu 13 mesmo com dúvidas, boatos, cinismos, obstruções, falseamentos. Que o Serra aproveite o dia de finados e enterre suas pretensões a presidente de uma vez e que a ala ultra-direitista do PSDB pare de lhe tirar o pouco de credibilidade que ainda lhe resta.

A era de progresso, trabalho, emprego, melhorias sociais, de reconhecimento, vai continuar no país e me perdoem aqueles que me acham ufanista no momento. Por algumas horas, vou alimentar meu sonho de um país digno. Com o Serra, seria um dia das bruxas de 4 anos.

Deu 13 e o projeto prossegue. Adeus arrogância de Serra. Fazia tempo que não ficava tão nervoso com uma eleição, mas valeu a lei do retorno: MINHA ALEGRIA É AINDA MAIOR! VALEU, DILMA, VALEU BRASIL!

Figuras secundárias...



Toda eleição presidencial recente há sempre um chamado terceiro fator, um outro candidato que não os dois principais que se apresenta como alternativa. Sempre dizem que estão ali, contra todas as chances, na esperança de serem ouvidos, de passarem uma mensagem que saia da tríade política-economia-mudança.

Entretanto, são marcados mais pela ingenuidade e, francamente, pela miopia. São monotemáticos, chatos, lentos e parece que se julgam no poder de congelar a realidade e moldá-la totalmente a seu favor, coisa que é raríssima na história. Muitas vezes são mensagens até bonitas, mensagens que devem ser ditas, mas se tornam ocas diante do panorama maior.

Admiro muito Cristóvão Buarque. Não imagino discussão sobre educação em que este homem não deva ser pelo menos citado e já tive o prazer de vê-lo falar numa palestra. Não passa disso. Não seria um bom presidente, visto que ele vê apenas um aspecto, importante claro, mas apenas ele. Não mudou nada depois, voltou a ser aliado do governo e está lutando pela educação lá.

Marina, eu considero minha decepção. Esperava mais dela. Mas também foi monotemática, mas de uma forma diferente. O meio ambiente entrava em todos os seus comentários, mas também não passava disso. O que se chama de onda verde, digo e repito, não existe. Foi muito excesso de credulidade por parte dela achar que o povo brasileiro iria se importar tanto assim com a natureza. Tanto foi que sua candidatura não se manifestou nas câmaras estaduais e na federal. Nisso ela não fez diferença alguma e seus 20 milhões de votos eu ainda digo que vieram de uma desilusão com Dilma, desconfiança em serra, e nada mais. Tanto é que não houve lá grandes mudanças nem haverá no plano político-ambiental. Talvez, lá na frente, alguém vá arregaçar as mangas e fazer algo a respeito, mas não pela mensagem dela, mas por fatores econômicos e estratégicos. É a realidade, infelizmente.

Quem dirá do melhor deles, o falecido Enéas, que tanta falta fez nos horários eleitorais desta vez. Prometia a bomba atômica para o brasil. Esse me fazia mais sentido, poder nuclear dá muita barganha, mas deixa isso longe daqui. Se não, atacaremos a Argentina se ganharem a copa de 2014!

No fim, no fim, são fatores de confundimento, nomes que somem, diminuem, não se mostram relevantes lá na frente. Monotemáticos, lentos, chatos, ingênuos. Sinto lhes dizer, não quero um governante assim. Um ministro, talvez.


ENFIM, o fim, e repensar...


Enfim, finalmente, graças a Deus chegou o dia D da eleição. Esse segundo turno me pareceu uma infecção intestinal, com direito a vômitos de insultos e diarréia de boatos. O debate político do Brasil, reduzido a uma torcida de time. Sim, foi o que aconteceu. Da mesma forma que um brasileiro não torce para a Argentina e um argentino não torce para o Brasil. Foi assim e chega ao fim.

Não escondo e não esconderei que votarei em Dilma por tudo o que ela pode continuar fazendo e para que Serra não destrua o que de bom foi feito e deixe o país aos trancos e barrancos. Não, não sou extremista de esquerda, mas não posso deixar uma ultra-direita tomar as rédeas do país. Pois isso é que Serra representa no cenário nacional.

O fim desta eleição apenas provará uma coisa: devemos repensar o modo de fazer política. Enquanto caciques caem inesperadamente, tal qual um Aquiles ou Siegfried, outros usam sua maior arma como o Coringa da antiga série dos anos sessenta do Batman: para fazer piada. Bang! Um palhaço como o mais votado.

Devemos repensar que agora, mais do que nunca, os candidatos são "marketeados". Não vimos a verdadeira Dilma, o verdadeiro Serra. Talvez a verdadeira Marina, mas desta eu me abstenho de falar, pois não acredito que ela tenha realmente deixado qualquer mensagem ao eleitor, a não ser números a serem conquistados pelos seus mais poderosos rivais. Não tivemos uma originalidade de um Lula, o eruditismo de FHC, não tivemos planos de governo debatidos. Foram propostas eleitoreiras, escoras em governos passados ou que estão passando. Meu voto em Lula antes era com convicção, agora eu voto torcendo para não estar errado. E olhando a opção do outro lado, não fica difícil transformar o sentimento em certeza absoluta.

Temos que repensar o que é o voto de protesto. Votar com lógica. Votar não pela maioria, não pelo que já se votou, pelo que viu na internet, pelo gaguejar ou não do candidato. Pessoas brilhantes e muito queridas da História das grandes nações do mundo muitas vezes não sabiam dizer duas frases coerentes nem com 5 acessores de imprensa ao lado. Muitos deles jamais diriam o que disseram sem estas pessoas. Mesmo assim, foram grandes e fizeram a diferença.

Temos também que repensar o Brasil. Pensar que não adianta mais isso de faz e desmancha. Ter sim sua visão de governo à direita ou à esquerda ou ao centro e suas variáveis, mas saber que prioridades são prioridades e o que for para enfeitar, que fique a cargo dos momentos certos.

E o melhor de tudo, e mais difícil, termos memória para saber onde estávamos e onde estamos. Só gostaria de dizer uma coisa: FHC pode ter dado a estabilidade (ótimo, muito bom mesmo), mas Lula deu ao pobre, aquele que realmente precisa de alguém por ele e que sofre com as intempéries políticas, a noção e esperança de que ele tem um futuro e pode ser feliz.

E seja o que o Brasil quiser, pq Deus já opinou demais nesta eleição.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

AFUNDA!


Com sorte, no domingo dia das bruxas, a grande bruxa brasileira, aquele terrorista careca que não respeita nem a história da própria mulher, vai finalmente para a fogueira. Espero que com o afundamento da ultra-direita tucana, surja uma oposição que preste neste país, uma direita que dialogue, que apresente propostas, e não viva de bloqueios, gritos, golpes e farsas. Que o Serra fique no fundo do mar e não tenha mais chance de emergir.

Lembrando de uma frase de Clark Kent


Eu simplesmente não suporto mais ver a Globo ou seus jornais associados, direta ou indiretamente. Não consigo mais ter que tomar um dramin para ver tanto jornalismo podre e fraco como tem sido apresentado ultimamente. não, isso já deu o que tinha que dar.

Chegou ao ponto do anti jornalismo, da edição de imagens, montagens e truncagens apenas para mostrar o que para eles é o certo. Não sou imbecil de pensar que existe o jornalista imparcial, mas o excesso de parcialidade não declarada é péssimo.

Alguns meios de comunicação já disseram para onde pende sua urna, disseram com veemência, e estes eu tenho coragem de ler e comentar. Os demais, agem como pais de tucano mas na hora de responder sobre a paternidade, no máximo se dizem ornitólogos.

Certo estava Clark Kent, quando Perry White perguntou se ele via televisão. Disse o super-herói: Não, senhor White, tem muita violência, prefiro ler gibi.
Violência contra o bom senso. Prefiro ver séries, filmes e documentários em tv paga. Com sorte, em alguns anos o nome globo simplesmente vai significar para mim objeto esférico, as vezes de ornamentação.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O míssel que atingiu Serra


Pergunto: E daí? Foi uma bola de papel, emaranhado de durex, um rolo de fita adesiva, sei lá, que atingiu a careca do tucano. Não estou defendendo atos de violência, mas não foi a primeira vez nem será a última. O que não se pode fazer, e isso também eu classifico como violência, política, é culpar a alta cúpula da candidatura petista. fazer drama. editar imagens. posar de coitado.

Eu já disse mil vezes que Serra tem o telhado de vidro. Mas não sabia que ele era tão frágil a ponto de uma bolinha de papel motivar uma tomografia. então, meu deus do céu, na minha época de escola devíamos ter um tomógrafo e 3 neurologistas de plantão ao lado de cada sala, perto da coordenação e até na sala do diretor, pq guerra de bolinhas de papel era a regra dos meus 12 aos 15 anos e muitas vezes até livros, sapatos, lixeiros e mochilas eram usados como munição.

Coitado do serra, que tem a cabeça mais frágil do mundo, levando já para o lado patológico. Patológico é o fato disso ser explorado, como se fosse inédito. A mídia serrista, aproveitou o momento e não foi difícil fazer a ligação a dilma. aparentemente ela é reponsável por todos aqueles que dizem votar nela. nem deus tem tanto poder. na mesma época, episódio semelhante lhe ocorreu e não vi grande alarde. Dilma me parece ser mais homem do que serra, pois levou a porrada e continuou andando. O outro, fez como qualquer patricinha.

A repercussão, ainda bem, não foi tão pesada quanto queriam os tucanos. o povo olhou, disse que falta de respeito, e pronto. E iriam dizer o que? Vejo coisas muito piores por aí na campanha, como brigas entre militantes, que lembram muito bem as brigas entre torcidas de times. Que é o que se transformaram petistas e tucanos, infelizmente. Seja como for, o míssel que atingiu o serra, na visão dos demais, não foi mais do que um ato comum a todo processo eleitoral. uma falta de respeito, mas diante do que estamos vendo, essa bolinha não é nada.

Uma volta no tempo...

No calor do momento em que Dilma não se sagrou eleita, mas vencedora, do primeiro turno, os ufanistas e serristas comemoraram dizendo que seria bom para o país o segundo turno. Que ambos os candidatos poderiam expor suas propostas, suas idéias, perfis, planos de governo...

Erraram feio. Veio um tal fator evangélico, melhor, fator religioso, fruto de uma polemica se dilma é ou não a favor do aborto. daí para frente, o tempo andou para trás. do nada o estado laico brasileiro se viu prestes a ser comandado pelas idéias religiosas, Serra posando de apóstolo de Cristo, Dilma se defendendo e montando uma tropa de choque para poder discutir o que realmente importa neste país, não que o aborto não faça parte, mas com certeza não é o instrumento chave deste concerto.

Esquecem os votantes que mesmo que o presidente seja a favor da legalização do aborto, das drogas, eutanásia, pena de morte, outra copa do mundo, outra olimpíada, isso tudo passa por um processo político. primeiro o projeto tem que ser feito, lido, aprovado numa comissao, ir para outras, depois para o congresso, depois senado, voltar para o congresso e por último é apreciado pelo presidente e então vetado ou não. ah, o supremo tribunal federal ainda pode decidir se o tal projeto é ou não constitucional. Resumindo, ao contrário do que os serristas pregam, dilma pode ser o que for em relação ao aborto, mas ela seria presidente de uma republica democrática, não senhora de um estado feudal.

Estado Feudal é como tratam o país, o senhor serra e seus associados. Ao invés de usar seu tempo para mostrar pq seria um bom presidente ou presidente melhor do que ela, usa toda a máquina numa campanha difamatória, sem nenhuma proposta, posando de garoto do bem, pela primeira vez sorrindo, um perfeito padre ou pastor. Por sorte saiu uma pesquisa mostrando que o brasil religioso, traduzindo evangélico, votou mais na assassina de criancinhas do que em serra, o super católico. Por mais sorte ainda, e a olhos vistos, uma das ex alunas da esposa do candidato expôs num dos maiores jornais do país que durante o exílio, a senhora Serra cometeu aborto.

Menos mal, isso foi um golpe dos bons, que tirou a iniciativa de serra. seus acólitos, como o pastor Silas, que na minha opiniao tem a visão mais limitada do que um morcego e ouvidos sem tímpanos, estão por aí fazendo seu terror medieval, instruido seus fiéis a votar por deus e não pelo seu país. como sempre digo: pq deus não deu seu depoimento ainda no programa tucano? Pq se ve pastores e padres e bispos veementemente defendendo que a abordagem tucana não é a correta? Pq até a CNBB está rachada ao meio? Sinto falta mesmo é de uma figura como Dom Hélder, que antes de tudo era um brasileiro e usava sua crença como arma contra as injustiças, não para promover uma. Não sinto falta destes religiosos de cabresto, que usam da fé e ingenuidade alheia para proveitos próprios. Se houvesse uma campanha contra a pedofilia e o mercado de fiéis, certamente muitos deles se calariam.

Bom também é que mesmo a mídia atrelada ao tucanato sair deste medievalismo, longe de dogmas e livros sagrados, e até forçar um pouco o diálogo de propostas, que diga-se de passagem só está sendo visto na reta final. Houve guerra na mídia, entre emissoras e jornais, que fizeram muitos perderem a credibilidade. Guerra santa. Isso é péssimo para nossa ainda verde democracia. É um retrocesso. É um neo-voto de cabresto. Agora não é o coronel que está ali do seu lado vendo seu voto, é uma figura onipotente, onipresente, e no momento impotente diante do uso de seu nome, e não do candidato, para decidir uma eleição. Até onde vem a mente, Deus só ajuda a escolher o papa e inspira a carreira religiosa. Nada de eleições presidenciais modernas.

Graças a Ele, talvez, essa campanha estapafúrdia e nojenta seja vencida. Não foi nada bom para o país o segundo turno. Preferi o de 2006, quando Alkmin, este muito mais inteligente que Serra, debatereu com Lula o Brasil que cada um iria fazer. Esse brasil Serrista, eleito na base da sujeira eleitoral, naõ quero para mim. Já basta o que Collor fez em 89. Eu tinha 4 anos e ainda me lembro.

Como amante da história, uma coisa posso dizer. Agora tenho idéia como era o processo político na Idade das Trevas. Espero que meu país mereça mais.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Um bom dia para os heróis das minas, um bom dia para a humanidade.

Foto: Rodrigo Arangua
Fênix - cápsula utilizada para o resgate dos mineiros com 54cm de diâmetro

Poucas vezes, conta-se nos dedos, a humanidade parou para ver a realização de um milagre. Para tragédias, dos mais variados tipos, várias vezes. Mas menos vezes ainda se parou para ver um desastre se transformar num verdadeiro triunfo.

A última vez que me senti realmente ligado à humanidade, quando todos estávamos boquiabertos, temerosos e chocados, foi quando atacaram o WTC, em 2001. Lembro-me como se fosse hoje aquele dia, de toda a dor que cada um sentiu e do medo pelos dias vindouros. Também vêm à memória imagens de verdadeiro atos de heroísmo, de bombeiros, paramédicos e policiais entrando nas torres mortalmente feridas, salvando seus semelhantes, muitas vezes perecendo. A humanidade parou diante de imagens inesquecíveis, mas no meio do medo do terrorismo, eu pude me sentir orgulhoso de ver pessoas querendo fazer o bem e tentar salvar vidas.

Lembro a todos da Apolo 13, 40 anos atrás. O mundo também ficou em suspense, cada batida do coração coletivo em função da esperança de que um grupo de 3 astronautas pudesse voltar para casa, contra todas as chances e probabilidades. Imagino que sensação não sentiram eles ao pisarem na Terra mais uma vez.

Hoje, um novo capítulo é escrito. No Chile, presos numa mina 700 metros abaixo da superfície, 33 mineiros após 68 dias estão sendo resgatados. Todos disso sabem, pois este é o assunto mais comentado do momento. Não se pode deixar a emoção de lado ao imaginar o alívio incomensurável tanto deles quanto de suas famílias, e de um povo inteiro que acompanhou seu drama, seu dia a dia. Usaram-se os recursos disponíveis até mesmo de fora, visto que até a Nasa deu sua contribuição. Orações de vários credos, muitos deles rivais sem motivos, pediram pela sua segurança e seu resgate.

Engenheiros, físicos, matemáticos, médicos, nutricionistas, políticos, bombeiros, paramédicos, policiais, imprensa, todos estiveram ali, dando o melhor de si, muitas vezes evitando que tudo se transformasse num show, e participaram, junto a milhões e milhões de pessoas pelo mundo, que só podiam ter esperança, no que pode ser uma das maiores tentativas de resgate de que se tem notícia.

Foto: Jose Manuel de la Maza
Florencio Avalos, primeiro mineiro a ser resgatado, sendo abraçado pelo presidente do
Chile, Sebastián Piñera que acompanhava todo o processo.



A emoção em ver o primeiro mineiro finalmente fora da pior prisão jamais vista é indescritível. Não preciso estar ao seu lado, ser de sua família ou de seu país, para lhe desejar tudo de bom e acreditar firmemente que não foram os que o tiraram de lá de baixo da terra os heróis, mas ele, que contra tudo resistiu, junto a seus 32 companheiros.

É bom ver no meio de tanta violência, egoísmo, intolerância, miséria, pobreza e demagogia, um momento em que podemos ter um pouco de orgulho da humanidade. Ter orgulho do que somos e saber que apesar de diferenças, nossa união é que faz a diferença e que foi esta união que lhes propiciou um renascimento. Um bom dia para os heróis das minas, um bom dia para a humanidade.


domingo, 10 de outubro de 2010

Felipe Anselmo Vai a Buenos Aires - parte 1


Felipe estava no oitavo ano do curso de arquitetura. Seu professor lhe disse que deveria ir para um congresso para comemorar o novo recorde da cidade e ele decidiu que iria ao Congresso Pan Americano de Arquitetos com Problemas de Vômitos, que aconteceria na capital da Argentina.
Além da passagem passou em 6 farmácias e pediu todo o estoque de remédio para vômitos, além
de um gibi dos cavaleiros do zoodíaco na banca de arlindo, em caruaru. Quando lhe perguntaram pq ele estava querendo aquilo tudo, ele respondeu:
-¿Alguno problema?
Já estava treinando o seu espanhol.
Pediu licença da empresa de ônibus que trabalhava, e o chefe adorou, pq assim não teria mais ônibus atrasado pq ele estava dormindo na frente do computador da empresa. Tão grande foi a mudança, que zezinnho, com sua mãe, que sempre pegava o ônibus para Recife, tendo Felipe como motorista perguntou a ela:
-Mãe, pq o ônibus está saindo na hora?
-¿Alguno problema? ¿ Estás sentindo mi falta, muchacho? Lho garanto que yo posso voltar a qualquier momiento! - respondeu Felipe, saindo com 6 caixas de saco de vômito da empresa.
Chegou o grande dia e ele estava no aeroporto irritado. Roubaram seu gibi dos cavaleiros e ele acredita ter sido "alguno palhaço".
Já no avião, 10 passageiros foram até sua poltrona e pediram um autógrafo, pensando que era caetano velozo:
-Que palhaçada é essa? Caetano uma P@#$$!
De tão irritado, acabou vomitando em todos e fez o vôo ser adiado.
No outro dia, ele apareceu de novo e conseguiu embarcar. Durante a decolagem, avisaram que poderia ser que alguns passageiros sentiriam náuseas. Foi o bastante para causar alvoroço de sua parte, pois ele vomitou tudo o que podia e ainda por cima culpou a insulina.
Resolveu comer uma banana e percebeu que ao seu lado estavam zezinho e sua mãe. o menino reconhecendo felipe, disse assim que o comandante do vôo informou que estavam no horário:
-Está vendo como é bom ser pontual?
-¿Alguno problema? No estoy achando graça do que usted está hablando! Te fuede!
Soltou seu sorriso de coringa, vomitou a banana e o menino decidiu que assim que chegasse na argentina deveria se internar num hospício.

A viagem toda felipe fez seu curso intensivo de espanhol com vídeos que trouxe no seu celular:
"-¿Oh, e ahora, quem poderá ajudar-me?"
"-YO!"
"-El Chapolin Colorado!"
Finalmente ele chegou na argentina, sozinho na classe executiva, pois era o único local que ainda não tinha vomitado.
Ao pisar lá, olhou em volta e se sentiu bem, pois respirava ar puro. Daí lembrou-se da copa do mundo, culpou a insulina e vomitou em Messi, que foi receber seu sobrinho que estava querendo se internar com problemas psiquiátricos.
-¿Que tienes, mi sobrinho?
-Algum problema, TIO!
E felipe saiu rindo, jogando fora seu último saco de vômito.

Depois vem a continuação!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Deus é Brasileiro, mas o Estado Brasileiro é LAICO!

Eu sempre digo que existe a lei das compensações. Se você teve um dia, péssimo, um outro próximo deverá ser pelo menos bom. Se perdeu uma promoção, logo verá outra melhor ainda. E por aí vai. Eu tinha dito que talvez isso não valesse nessa eleição presidencial, que ela ia ser chata até o fim. Pra que fui abrir a boca e me contradizer? Agora o que eu vejo é uma baixaria amnésica que me dá nojo.
O pessoal da direita, querendo a todo o custo o cargo de chefe do país, está martelando e martelando, chegando ao ponto de boataria, jogo baixo e instilação de pânico, aliado a um aspecto muito lamentável da sociedade, levantando um tema do aborto ser legalizado. Usando da igreja e da fé das pessoas, não cito religião pois das duas principais há essas tristes e ignorantes manisfestações, estão tentando mudar um curso de uma eleição. Propostas, projetos, tudo isso parece não valer nada e de súbito me sinto na idade média, quando eram as escrituras e não as leis do estado de direito, que valiam na vida das pessoas e países.
É lamentável usar da fé das pessoas para derrubar um candidato. Da mesma forma que FHC perdeu uma eleição para prefeito de São Paulo 30 anos atrás, dita ganha, para um católico e religioso fervoroso, que fez uma mesma campanha de difamação contra o ateu FCH, chamado Jânio Quadros. Agora, vejo o mesmo e me pergunto a que ponto chegará a política nacional.
O estado brasileiro é independente da igreja desde sua fundação, embora sempre exista diálogo entre os dois. É um aspecto importante da sociedade, que tem uma boa contribuição a dar e quando é feito de forma construtiva só o país tem a agradecer. o que não pode é ser usado numa campanha midiática com o único propósito de derrubar um candidato.
Nos países do norte a religião também tem seu peso, mas dificilmente se faz o lobby que está sendo feito no brasil. Muitos têm sua fé, mas Deus não senta na cadeira de presidente e primeiro-ministro, no máximo torcem para que os chefes o ouçam quando necessário. Aqui, devido à ignorância de muitos pastores, padres, bispos e fiéis, um de mil aspectos está sendo politizado, e de maneira no mínimo vergonhosa.
Pergunto-me se a condução da economia é menos importante do que a legalização do aborto. Digam-me os cegos religiosos se um país quebrado, com a inflação fazendo a festa, sem dinheiro para investir em saúde, educação, indústria, comércio, pesquisa, copa do mundo e olimpíada, mas que negue o aborto de todas as formas será melhor do que um país que prospera e é visto com alguma admiração pelo mundo mas que o assunto do aborto é pelo menos discutido.
Será que deveremos também abolir o sábado, vender nossas mulheres, fazer uma campanha contra a carne de porco, apedrejar quem peca ou sei lá o que mais que tem nas velhas leis bíblicas? Neste aspecto, qualquer um dirá que não e terminará o assunto. Concordo. Dilma é a favor do aborto? E daí se for? Ela não pode baixar um decreto legalizando-o sem antes uma ampla discussão, assim como tudo que é feito em matéria de legislação.
Não quero ir para um segundo turno para discutir religião. Isso eu faço no meu particular e na igreja e assim se faz em muitos locais civilizados do mundo e que talvez nunca alcancemos devido a estes arcaísmos hipócritas. Quero ser de um país em que religião e política não se confundam, em que eu vote em alguém por ser qualificado para o cargo e não por que não sabe uma oração ou discorda de um dogma religioso. Não querem eleger alguém que possa ser pró-aborto? Por que elegeram um ateu? DUAS VEZES?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Nordestino ATÉ A MORTE: uma resposta ao preconceito sulista

Um amigo me mostrou recentemente que em algumas comunidades do orkut, do eixo sul-sudeste, alguns compatriotas nossos estão tão revoltados com o recente mapa eleitoral para presidente que optaram pelo radicalismo, dizendo asneiras pedindo a separação do norte-nordeste do país, pois eles que produzem e nós é que elegemos o presidente.
Curioso é esta demonstração de ignorância galopante não foi mais pesada quando o BRASIL, não o nordeste sozinho, elegeu FHC presidente por duas vezes. Se minha memória não falha, Lula só ganhou em pernambuco para presidente duas vezes: as duas que foi eleito. para FHC e Collor, ele perdeu. Por que não pediram para sermos outro país naquela época?
Isso para mim é só o reflexo não da ignorância, mas de um preconceito que dura séculos. Durante décadas o país foi governado por gente do sul. Certo, tivemos dois ou três presidentes que prestassem, mas o nordeste faz quase 200 anos não era prioridade para ninguém. Fomos massa de manobra, explorada, mão de obra quase escrava e cedíamos sempre em detrimento de nossa própria qualidade de vida e honra para o benefício do Sul.
Agora estamos indo bem, seja pelo plano Real de FHC, das políticas sociais de Lula ou qualquer outro fator, não vou discutir presidentes, mas o fato é que estamos indo bem e estamos alcançando um pouco de justiça histórica.
Falando de História, direi do que tenho orgulho. Botamos os holandeses para correr, Pernambuco SEMPRE teve destaque na política, a pátria brasileira nasceu aqui, Renato Russo, João Cabral, Jorge Amado (elogiado por ninguém menos que Saramago). A lista é grande. Temos nossos defeitos, mas lá pelo lado de baixo do país há os deles também e seus méritos.
Falando de méritos e eleições, quem elegeu o palhaço mesmo? AH, vai chegar um outro ignorante dizendo que foram os nordestinos, mas foram eles que elegeram também maluf ou o finado clodovil? Quem é que um ano bota Marta Suplicy para correr e no outro a elege senadora? Não, não entendo essas incongruências, principalmente vindo de uma região que botou para correr, algumas vezes com derrotas humilhantes, caciques da política que há um bom tempo só faziam falar e falar e não passaram disso. O nordeste foi coerente nas eleições.
Votou pesadamente no homem que lhes deu estabilidade econômica. Inflação é ruim para quem não tem economia forte. Votou pesado no metalúrgico que lhes prometeu ir além disso, lhes deu um pouco mais com o que crescer.
Chega, não vou mais me alongar pois serei incongruente em começar a falar de méritos presidenciais. Só gostaria de dizer aos sulistas que a alma do brasil somos nós, que lhes demos riquezas materiais e o suor de nosso trabalho por séculos até finalmente percebermos que isso não voltaria para nós e começamos a fazer por nós mesmos. Vocês e todos produzem as riquezas deste vasto país, não queiram para si a responsabilidade de alimentar, cuidar, produzir, falar, destruir e diminuir o nordeste. Somos fortes apesar da asneira dos demais. Não discutam política como time de futebol. Nem venham me pedir para me separar do Brasil, meu país, que é democrático o suficiente para permitir que pessoas assim ainda existam. Viva o nordeste, seu povo, sua história e suas riquezas, que como todas as outras regiões, SÃO e SEMPRE serão parte do Brasil.


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dias e momentos

Serei breve. O povo brasileiro não sabe o que é gravidade de doença e frequentemente vai para uma emergência com dor no pé, mão fria, fazer check-up... Coisas que poderia fazer em casa, no ambulatório e resolver com chá e tomando mel. Não vão pq tem realmente uma urgência/emergência para resolver, mas por dois simples motivos: primeiro não é educado, no sentido de ensinado, no sentido de saber que hospital é sinônimo de bronca e coisa séria, e segundo o sistema de saúde favorece isso.
Interessante é que há momentos em que só chegam nas emergências quem realmente precisa. Passam 30, 40, 100 minutos para chegar um politraumatizado, um homem com asma muito grave, uma senhora de 70 anos com uma grave infecção, um senhor com tudo de doença cardiovascular infartando... E não aquilo que numa policlínica ou posto de saúde se resolve. Há dias em que temos um movimento tão brando que dá medo e só estamos relaxados quando saímos e batemos o ponto.
O que direi poderá soar meio determinista, mas no fim é a verdade. No Natal, por exemplo, só vai quem tem que ir. Se você está lá quieto no plantão, P da vida pq não está com sua família e chega um homem de seus 40 anos com dor no peito, tenha medo e pense que o coração dele está infartando. Em outros dias, seria piti. O mesmo vale para semana santa, carnaval, todos os feriadões. Engraçado é que véspera e antevéspera de feriado todo mundo tem diarréia, tosse, agonia, dor n sei onde e já chega com aquela clássica cara de "Dr, tem atestado?".
Dia de jogo do Brasil, em Copa principalmente, a saúde impera nas terras tupiniquins. Manhã de eleição nem comento, passei por isso ontem. primeiro dia do mês, quando muitos vão receber nos bancos seus salários? Enfim, encherei o saco de quem ler com tanta informação.
Seja como for, é nosso dever não só atender, mas também orientar nossos pacientes. Dar a eles uma perspectiva de como tudo deve funcionar e também cobrar e torrar a paciência dos órgãos públicos competentes para ao invés de patrocinar na televisão bobagens, dedicar um tempo para orientar a população onde ir quando ir. Não basta apenas fazer hospitais e UPAs, tem que criar a mentalidade também.

Um pouco sobre o primeiro turno...

Dia de eleição sempre se tem surpresa, tanto por uma virada com por um verdadeiro massacre nas urnas. Em pernambuco, as forças de direita há anos no poder tiveram sua pior derrota este ano, uma delas emblemática. Em Alagoas, Collor teve merecida derrota e outros tantos caciques não vão aparecer muito nos próximos anos. quem diria que artur virgílio, tasso, marco marciel e outros tantos perderiam? quem diria que marina determinaria o segundo turno mais do que a guerra entre azuis e vermelhos? quem diria que seria a consciência ambiental, aliada ao tradicional voto de protesto que já deu 10% a enéias e cristóvão, que empurraria a decisão lá pra frente?
Entretanto, entre manifestações que eu me diria orgulhoso, pois digo que em DEM e PSDB eu tenho um pé atrás sempre, e me esculhambem o que quiser pois sem q tem muita gente assim c a esquerda centrista, não posso deixar de dizer que muitas vezes o eleitor brasileiro me decepciona.
Nada contra ter jogadores de futebol, por exemplo, concorrendo, mas o que eles querem mesmo? propuseram oq? acho tão vago isso de pelo esporte quanto pela saúde. e tiririca? não compreendo mesmo como pessoas que se dizem tão cultas como os paulistas, que adoram nos ver como aborígenes e neandertais, o elegerem. sem propostas, sem histórico, sem nada. entrou para fazer palhaçada e conseguiu. Digo o mesmo para quem queria eleger netinho de paula, elege sempre maluf, escorraça marta e a coloca no senado 2 anos depois... o que é isso? não, caros compatriotas do maior estado da federação, vocês não tem lá grande autoridade para nos criticarem pelos caciques. vocês votam nos bobos da corte.
Seja como for, concordo com quem diz que a cada eleição o resultado amadurece e talvez seja realmente positivo um segundo turno. Lula em 2002, assim como Serra, apresentou todo o seu plano de governo. Vi esta cena várias vezes. Até agora, em 2010, com a sucessora apontada pelo presidente e o mesmo serra, só ouvi coisas um pouco vagas, populistas (de onde menos se esperava) e, claro, Marina posando de Al Gore.
O que eu espero para 31 de outubro, é que se pare um pouco para fazer e pensar sobre política séria e que todos vejam que o protesto é importante, mas sendo coerente, não a base de palhaçada. talvez assim em 4 anos eu não tenha que dizer que o brasil se murar vira hospício e se botar tenda vira circo.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Dois Mundos...

Faz quase 4 meses que prestei o juramento de hipócrates e comecei a exercer minha profissão. até agora vi dois lados bem característicos da saúde no brasil: a vida no SUS e planos privados. não posso dizer que gosto dos dois, pois algo de realmente muito bom deve estar no meio deles e talvez demoremos décadas para alcançar.
O bom do SUS é que eu tenho uma capacidade até onde a vontade chegar de internar quem eu quiser, coisa que num plano de saúde não é tão fácil. já me vi várias vezes tendo que exagerar, para não usar palavra pior, o quadro de um paciente ao ponto de fazer qualquer um perguntar "e aí, morreu de que horas" para que as auditorias, sempre distantes de mim, pudessem acreditar e aceitar o internamento. um hospital particular dificilmente fica superlotado, a não ser o atendimento na emergência, que na minha opinião não muda muito em relação ao público. festival de bobagens aparece nos dois, pessoas muitas vezes mal educadas, e nos planos praticamente esfregando em nossos rostos que eles pagaram mensalidades não sei quantos anos e exigem (provavelmente pq sabem mais do que nós e toda a ciencia médica) tratamentos e condutas que não tem o menor cabimento.
O SUS sofre com falta de recursos, é verdade, simplesmente por ser mal gerenciado. é um "plano de saúde" muito bom, digo q não há melhor, mas há muitos q dependem dele e muitas vezes nós médicos tiramos dele tudo o que tem sem necessidade. talvez se existissem protocolos mais rígidos e mesmo auditorias, mas não aquelas que eu mando o internamento por fax, mas um auditor ou sei lá o que que estivesse ali do lado, questionando, querendo saber se há realmente indicaçaõ de internar, pedir exames e até mesmo da prescrição se está correta ou não. é liberdade demais que temos e quando alguém nos censura, já faz dias que o estrago está feito. no fim, faltam recursos.
No mundo particular, antes por ganância do que por critérios justos, tudo deve ser justificado e muitas vezes me vejo dizendo que se fosse num hospital público, eu já teria resolvido parte do problema.
Muitas vezes me deixa aflito saber o grau de desinformação das pessoas de uma forma geral, em parte por nossa culpa. se todos soubessem que para hospitais maiores devem ir casos mais graves, os mais leves para serem tratados em policlínicas, psf e até mesmo em casa, nos dois mundos a coisa andasse melhor. para isso, sempre tento educar meus pacientes sobre suas doenças e tento tirar suas dúvidas, no pouco tempo que tenho, e torço para que pelo menos um dos tantos que atendo compreenda e faça a coisa da maneira certa.
nestes tempos de política, em que todos lançam propostas e hospitais em nossos rostos, me pergunto qual deles em seus mandatos fariam um programa específico para educar a população dos aspectos mais básicos de doenças, tentasse um SUS mais criterioso e talvez desta forma afetar um pouco a rotina do mundo particular. são mundos diferentes, mas mesmo com suas inúmeras dificuldades e obstáculos, ouso dizer, são a mesma coisa com outro nome.