Faz quase 4 meses que prestei o juramento de hipócrates e comecei a exercer minha profissão. até agora vi dois lados bem característicos da saúde no brasil: a vida no SUS e planos privados. não posso dizer que gosto dos dois, pois algo de realmente muito bom deve estar no meio deles e talvez demoremos décadas para alcançar.
O bom do SUS é que eu tenho uma capacidade até onde a vontade chegar de internar quem eu quiser, coisa que num plano de saúde não é tão fácil. já me vi várias vezes tendo que exagerar, para não usar palavra pior, o quadro de um paciente ao ponto de fazer qualquer um perguntar "e aí, morreu de que horas" para que as auditorias, sempre distantes de mim, pudessem acreditar e aceitar o internamento. um hospital particular dificilmente fica superlotado, a não ser o atendimento na emergência, que na minha opinião não muda muito em relação ao público. festival de bobagens aparece nos dois, pessoas muitas vezes mal educadas, e nos planos praticamente esfregando em nossos rostos que eles pagaram mensalidades não sei quantos anos e exigem (provavelmente pq sabem mais do que nós e toda a ciencia médica) tratamentos e condutas que não tem o menor cabimento.
O SUS sofre com falta de recursos, é verdade, simplesmente por ser mal gerenciado. é um "plano de saúde" muito bom, digo q não há melhor, mas há muitos q dependem dele e muitas vezes nós médicos tiramos dele tudo o que tem sem necessidade. talvez se existissem protocolos mais rígidos e mesmo auditorias, mas não aquelas que eu mando o internamento por fax, mas um auditor ou sei lá o que que estivesse ali do lado, questionando, querendo saber se há realmente indicaçaõ de internar, pedir exames e até mesmo da prescrição se está correta ou não. é liberdade demais que temos e quando alguém nos censura, já faz dias que o estrago está feito. no fim, faltam recursos.
No mundo particular, antes por ganância do que por critérios justos, tudo deve ser justificado e muitas vezes me vejo dizendo que se fosse num hospital público, eu já teria resolvido parte do problema.
Muitas vezes me deixa aflito saber o grau de desinformação das pessoas de uma forma geral, em parte por nossa culpa. se todos soubessem que para hospitais maiores devem ir casos mais graves, os mais leves para serem tratados em policlínicas, psf e até mesmo em casa, nos dois mundos a coisa andasse melhor. para isso, sempre tento educar meus pacientes sobre suas doenças e tento tirar suas dúvidas, no pouco tempo que tenho, e torço para que pelo menos um dos tantos que atendo compreenda e faça a coisa da maneira certa.
nestes tempos de política, em que todos lançam propostas e hospitais em nossos rostos, me pergunto qual deles em seus mandatos fariam um programa específico para educar a população dos aspectos mais básicos de doenças, tentasse um SUS mais criterioso e talvez desta forma afetar um pouco a rotina do mundo particular. são mundos diferentes, mas mesmo com suas inúmeras dificuldades e obstáculos, ouso dizer, são a mesma coisa com outro nome.
O SUS sofre com falta de recursos, é verdade, simplesmente por ser mal gerenciado. é um "plano de saúde" muito bom, digo q não há melhor, mas há muitos q dependem dele e muitas vezes nós médicos tiramos dele tudo o que tem sem necessidade. talvez se existissem protocolos mais rígidos e mesmo auditorias, mas não aquelas que eu mando o internamento por fax, mas um auditor ou sei lá o que que estivesse ali do lado, questionando, querendo saber se há realmente indicaçaõ de internar, pedir exames e até mesmo da prescrição se está correta ou não. é liberdade demais que temos e quando alguém nos censura, já faz dias que o estrago está feito. no fim, faltam recursos.
No mundo particular, antes por ganância do que por critérios justos, tudo deve ser justificado e muitas vezes me vejo dizendo que se fosse num hospital público, eu já teria resolvido parte do problema.
Muitas vezes me deixa aflito saber o grau de desinformação das pessoas de uma forma geral, em parte por nossa culpa. se todos soubessem que para hospitais maiores devem ir casos mais graves, os mais leves para serem tratados em policlínicas, psf e até mesmo em casa, nos dois mundos a coisa andasse melhor. para isso, sempre tento educar meus pacientes sobre suas doenças e tento tirar suas dúvidas, no pouco tempo que tenho, e torço para que pelo menos um dos tantos que atendo compreenda e faça a coisa da maneira certa.
nestes tempos de política, em que todos lançam propostas e hospitais em nossos rostos, me pergunto qual deles em seus mandatos fariam um programa específico para educar a população dos aspectos mais básicos de doenças, tentasse um SUS mais criterioso e talvez desta forma afetar um pouco a rotina do mundo particular. são mundos diferentes, mas mesmo com suas inúmeras dificuldades e obstáculos, ouso dizer, são a mesma coisa com outro nome.
Que bom que tu tenta deixar clara as coisas pros teus pacientes. Eu mesma ainda me perco sem saber pra onde devo me dirigir em determinadas situações - pq tbm nunca me disseram pra onde ir numa emergencia, urgencia ou falência. hehhehehe Tu explica as coisas tão bem que fica na cabeça da pessoa de um jeito muito prático. Todo profissional deveria instruir seus pacientes. Educá-los mesmo. Paciente é um bixo complicado.
ResponderExcluirEsses dois mundos não excluem a falta de informação e a necessidade de atenção e cuidado + orientação.