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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dias e momentos

Serei breve. O povo brasileiro não sabe o que é gravidade de doença e frequentemente vai para uma emergência com dor no pé, mão fria, fazer check-up... Coisas que poderia fazer em casa, no ambulatório e resolver com chá e tomando mel. Não vão pq tem realmente uma urgência/emergência para resolver, mas por dois simples motivos: primeiro não é educado, no sentido de ensinado, no sentido de saber que hospital é sinônimo de bronca e coisa séria, e segundo o sistema de saúde favorece isso.
Interessante é que há momentos em que só chegam nas emergências quem realmente precisa. Passam 30, 40, 100 minutos para chegar um politraumatizado, um homem com asma muito grave, uma senhora de 70 anos com uma grave infecção, um senhor com tudo de doença cardiovascular infartando... E não aquilo que numa policlínica ou posto de saúde se resolve. Há dias em que temos um movimento tão brando que dá medo e só estamos relaxados quando saímos e batemos o ponto.
O que direi poderá soar meio determinista, mas no fim é a verdade. No Natal, por exemplo, só vai quem tem que ir. Se você está lá quieto no plantão, P da vida pq não está com sua família e chega um homem de seus 40 anos com dor no peito, tenha medo e pense que o coração dele está infartando. Em outros dias, seria piti. O mesmo vale para semana santa, carnaval, todos os feriadões. Engraçado é que véspera e antevéspera de feriado todo mundo tem diarréia, tosse, agonia, dor n sei onde e já chega com aquela clássica cara de "Dr, tem atestado?".
Dia de jogo do Brasil, em Copa principalmente, a saúde impera nas terras tupiniquins. Manhã de eleição nem comento, passei por isso ontem. primeiro dia do mês, quando muitos vão receber nos bancos seus salários? Enfim, encherei o saco de quem ler com tanta informação.
Seja como for, é nosso dever não só atender, mas também orientar nossos pacientes. Dar a eles uma perspectiva de como tudo deve funcionar e também cobrar e torrar a paciência dos órgãos públicos competentes para ao invés de patrocinar na televisão bobagens, dedicar um tempo para orientar a população onde ir quando ir. Não basta apenas fazer hospitais e UPAs, tem que criar a mentalidade também.

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