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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Sobre como estou desapontado com o cinema atual

O cinema vive de modas desde sempre. Os primeiros filmes, eram sobre o cotidiano. Apareceu alguém que quis fazer pequenas histórias, criadas por ele mesmo ou já conhecidas por todos, e não houve quem não o copiasse. De repente, virou popularesco por um lado e do outro virou obra de arte, principalmente na mão de europeus. Veio a fase do cinema falado, dos primeiros e péssimos musicais. Cansados de músicas, os épicos tiveram sua vez. Então veio a crítica dos anos 70, os novos heróis, as fantasiosas décadas de 80 e 90, nos astros no fim do século, mega produções nos anos 2000. agora, tudo virou 3d, graças principalmente a avatar.

Claro, nunca se deixou de se fazer qualquer dos generos mencionados. Hoje em dia, há musicais até passáveis, bons épicos, etc. Mas sempre há uma predominância de um gênero e hoje em dia um astro completo como gene kelly ou chaplin teriam um público bem menor do que há 60 ou 80 anos atrás. há fases, tendências, épocas e eras. muitos não sobreviveram às revoluções sociedade. um grande exemplo se encontra no final dos anos 20, quando hollywood teve que buscar às pressas novos astros quando as pessoas simplesmente achavam que os antigos mudos não eram tão bons assim, sem graça, sem o poder que tinham quando belos rostos em pantomima apareciam em um filme por semana, em alguns casos.

Sim, posso até compreender o fascínio e a queda da qualidade de texto da era digital, mas ao contrário de outros momentos, não encontrei até agora um só filme que mostre uma evolução da tendência. digo isso mesmo com os fantásticos números de bilheteria de avatar, pois até agora sustento que ali é a história de pocahontas com um ar de o ataque dos clones. quando, por exemplo, os faroestes da década de 70, anti-heróis e os hippies se desgastaram, um cinema órfão viu surgir rocky, o poderoso chefão, taxi e touro indomável. quando os musicais toscos de primeira linha estavam cansando, vieram judy garland, fred astaire, gene kelly e outros com grandes musicais que até hoje são admirados pelos apreciadores da sétima arte. na falta de recursos dos anos 40, pelo mercado europeu seriamente comprometido com a guerra, tivemos os melhores anos de nossas vidas, casablanca e cidadão kane.

com a revolução tecnológica iniciada com star wars, tivemos um inspirado spielberg nos maravilhando por quase 20 anos com bons roteiros e filmes em que os efeitos visuais e especiais contribuíam para a história, e não se tornavam a base única de sustentaçaõ dela. hoje, tire os efeitos, as coisas jogadas para o público, as imensas paisagens computadorizadas, o que nos resta? um prejuízo no bolso, no bom gosto, nos critérios e na própria arte.

talvez eu esteja me precipitando, mas estou mesmo desgostoso e cada vez mais me vejo forçado a olhar para trás. para uma época em que não me tratavam como um homer simpson a maior parte do tempo. não falo a favor de ninguém mais ver estes filmes. assim como muitos, sempre defendi novas tecnologias e abordagens ao cinema. se não, até hoje veria um filme pessoas jogando damas no meio na rua por 2 minutos e sairia alegre, mas sou intransigente num ponto: ou tem roteiro que preste e me faça esquecer dos efeitos, ou então é apenas um par ou trio de horas mal aproveitadas e para não ficar de fora nas conversas.

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