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sexta-feira, 18 de março de 2011

Sobre o Japão, Brasil, e os exemplos...

O que mais me impressiona nas semanas pós-terremoto-tsunami-desastre nuclear que se abateram sobre o povo japonês não é tanto a devastação. Sim, as fotos e vídeos são marcantes, muitos parecem ter saído de filmes, mas o Japão dá uma lição ao mundo inteiro. Não uma de como construir prédios, de como alertar a população com uma sirene ou de como controlar uns reatores danificados que podem fazer Chernobyl brincadeira de criança. O japonês nos dá uma lição de civilidade, atípica num mundo caótico em que está vivendo.

Muitos outros desastres já foram bem cobertos pela mídia, e o que vemos? não basta a costa, o entorno do vulcão, os locais que sofreram fortes abalos, estarem em ruínas, corpos boiando, soterrados, precárias condições de saúde, moradia e higiene, vemos o próprio povo em saques, descontrolado, o governo em ruínas, polícia ineficaz. Não vejo isso no japão. Há lá controle da própria população, que cumpre além do seu dever para com ela mesma. O governo pede um racionamento de energia, eles fazem mais. O governo diz que distribuirá mantimentos, a fila é obedecida e tranquila. Pedem para evacuar uma área, todos saem em ordem. Os donos da usina, pedem desculpas. O parlamento, que meses atrás estava todo dividido, se une para salvar o país. O que é isso?

Aqui no Brasil, basta uma temporada de chuva, começam os números de mortos e desparecidos a subir, morros caindo, e vemos uma verdadeira balbúrdia e falta de ordem. Sim, eles têm toda a razão de estarem desesperados, quem não estaria, mas talvez não sejamos, assim como boa parte do mundo, bastante evoluídos para saber que é neste momento que mais se precisa de civilidade, educação, respeito e ordem.

Isso do Japão vem simplesmente de um trabalho longo e árduo de gerações para conscientização das populações. O fruto é um povo instruído e educado, que sabe que a atitude de um reflete-se na maioria, maioria esta que está trabalhando pelo bem comum. Não, não consigo conceber tal atitude por estas bandas do mundo. Talvez a curta memória e a mania do "jeitinho" que acaba se impondo ao Brasil como um todo nos roube a chance de uma verdadeira evolução. Acho que demorará muito para vermos cenas como a do outro lado do mundo se repetindo por aqui... E não falo de um desastre natural, pois por enquanto, a grande tragédia é nossa incapacidade de agir como uma civilização.

Um comentário:

  1. faz as contas de quanto tempo levaria para deixar o brasil comportadinho assim.

    tempinho, hein?

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