De repente, há alguns anos, o uno virou nosso jogo favorito. Eu, Everton, Pedro e Felipe sempre que nos reuníamos, passávamos metade ou a noite inteira com este jogo de cartas.
Não pelo jogo em si, mas pela forma como o jogávamos. Primeiramente, as regras eram respeitadas até o limite, e mesmo quando havia a lei do silêncio quando alguém descartava o 7, falar ao celular era no mínimo um martírio. Claro, nada era melhor do que ver Pedro estar prestes a bater e do nada, receber um +4 cartas de outro. Ou então, Felipe, sortudo no jogo como só ele, bem no começo da partida ter que pegar carta do monte, já que não tinha uma só entre as 7 em sua mão para descartar. Melhor ainda, quando ele não conseguia e tinha que pegar outra!
Everton pelo ranking foi quem mais venceu, mas ainda me lembro do dia que lhe mandei um bombardeio de cartas tão grande que ele mesmo desistiu de contar e desistiu.
Outros algumas vezes estavam conosco, como por exemplo João, que demorou metade da noite para entender o jogo. Naquela noite, em sua casa, numa roda de jogo muito grande, imperou a lei do silêncio, mas pedro, bebão, não percebeu. Minutos antes tínhamos comido ovos de codorna e alguém acabou achando um ovo cru.
"Bem ruinzin comer ovo cru!" disse pedro, tendo que receber uma carta por palavra.
Como de praxe, alguma coisa deu errado e ao invés dele receber as 5, Everton lhe passou 7, acredito que de pura putaria. Pedro demorou mais do que nas provas de Nivaldo para saber que tinha algo errado e protestou, mesmo com a lei valendo ainda. Já íamos lhe dando umas 20 cartas, quando ele se estressou e pondo uma carta na mesa por palavra bradou:
-BEM... RUIMZIN.... COMER... OVO... CRU!!!!
Ficou nisso mesmo. Demos 6 cartas, mas ele mais vivo do que nunca, devolveu uma. Que era o +4 cartas que everton pegou por não ter nenhuma na mão e mandou para felipe, que penosamente aumentava ainda mais o leque que se formou em sua mão.
Sobre Felipe ainda, temos que dizer que ele odiava pegar cartas. Tinha verdadeiro ódio e se a mesa fosse de vidro, provavelmente ele a quebraria na hora dando uma mãozada para pegar uma pobre coitada carta, que na maioria das vezes não era a que ele queria.
Já com elton, irmão de everton, o engraçado era embebedá-lo. O homem ficava encarando ou a mim ou a Pedro e sentia um prazer monstruoso quando nosso amigo narigudo se dava mal. Um dia mesmo riu a noite toda de quando pedro tinha a carta para bater, everton soltou uma que fez ele perder a vez, felipe mudou a cor, eu mandei um +2 cartas, que elton repetiu em cima, fazendo com que everton jogasse mais uma +2 e no fim de tudo, pedro tinha 7 cartas na mão.
Houve uma outra situação em que Everton vinha com tudo para ganhar, até que Mantega, não o ministro, mas nosso clone de Ismael (jonas bloch), do nada tinha ótimas mãos e foi para a final com ele. Jamais vi everton levar uma pisa daquele tamanho, mas na partida seguinte mantega durou 5 rodadas.
Este sem dúvida foi nosso jogo viciante da década. melhor do que video games, tínhamos sempre uma nova situação a cada lance. Joguemos mais, portanto...
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